Rolando o meu catálogo da Netflix durante um fim de semana, me curando de uma gripe e outras questões, deparo-me com uma "capa" de filme amarelinho, iluminado, uma moça bonita e de cabelos loiros dourados e sorridente, clico para saber mais sobre aquela história, em resumo, uma escritora recém divorciada compra, por impulso, uma casa numa vila na Toscana, casa essa que precisa passar por reforma.
De certa forma, contentei-me com esta breve sinopse e já a considerei suficiente para apertar em "assistir". Pensava eu , tratar-se de uma comédia romântica daquelas bem melodramáticas, água com açúcar, mas a simbólica deste filme me captou do início ao fim, sem pausas, sem toques no telefone, sem tirar os olhos da tela, enquanto Frances Mayes seguia seu propósito.
Pensava eu, ser daquelas comédias românticas em que tudo dá certo antes mesmo do filme acabar, pensava numa reviravolta mirabolante, cheia de surpresas. Mas o que me captou neste filme foram as relações estabelecidas pela protagonista, ao comprar a casa, sem saber quase nada a respeito do local, da vizinhança, dos problemas estruturais, ela embarca numa viagem de reforma, reconstrução externa e interna.
Tudo no filme é voltado para as mudanças feitas a partir da escolha, a primeira vista impulsiva, da protagonista. A casa e a vida de Frances vão adquirindo novas formas, mais vibrantes , vivas e funcionais , à medida que a casa vai sendo reformada. Atenção para o spoiler, uma das cenas mais fantásticas , no meu ponto de vista, tem a ver com uma torneira instalada a área interna da casa, no primeiro contato de Frances com a casa, ela esbarra nessa torneira, tenta abri-la e logo descobre que não sai água dali, com o desenrolar da história, se não me engano , em uma de suas últimas cenas, a torneira volta a funcionar, simbolizando o fluir da vida depois das grandes mudanças experienciadas pela protagonista.
Depois de assistir e me interessar bastante pela história, eu comecei a pesquisar sobre o filme, as gravações , o elenco e descobri tratar-se de um filme inspirado em uma história real. A Frances Mayes existe, o que deixa tudo ainda mais incrível. Outro ponto que vale citar, as paisagens são lindas, figurinos de muito bom gosto, e a trilha sonora não invade nenhuma cena, é um filme leve, harmonioso e suave, como um bom vinho na Toscana (ainda viverei essa experiência, por enquanto a imagino ).
Um filme de 2003, classificado como comédia/ romance. Com uma atuação brilhante da Diane Lane , o elenco ainda conta com Sandra Oh ( Cristina Yang- Grey's Anatomy) , Kate Walsh ( Dra Addison Montgomery ( Grey's Anatomy) , inclusive as duas Grey's estão como casal neste filme, eu como fã de Grey's Anatomy adorei vê-las em outros papéis.
Deixo essa indicação de coração tranquilo para fãs de comédia romântica, perfeita para dias nublados, tanto por dentro, quanto por fora .
Com carinho, Cynthia.